OPOSIÇÃO ANGOLANA ACUSA PGR DE CUMPRIR ORIENTAÇÃO POLÍTICA PARA INVIABILIZAR CANDIDATURA DE HIGINO CARNEIRO
Os partidos da oposição consideram que o facto de o general na reforma Francisco Higino Lopes Carneiro ter sido constituído arguido “é mais uma manobra política”, devido à sua decisão de se candidatar à presidência do MPLA no congresso de 2026.
“O general Higino Carneiro deveria estar na mesma condição dos generais Kopelipa e Dino, mas as autoridades da justiça ilibaram-no na altura das actuais acusações. Com a sua decisão de se candidatar à direcção do partido, o processo foi retomado. É mais uma manobra política”, disse ao Novo Jornal o membro da comissão permanente política da UNITA, o nacionalista, Ernesto Mulato.
Segundo o político, o sistema judicial angolano continua frágil e débil, perdendo a credibilidade no seio dos angolanos.
O secretário-geral do Bloco Democrático (BD), Muata Sebastião, diz que a justiça em Angola é selectiva e o epicentro da corrupção, servindo apenas os interesses do poder político.
“Já sabíamos que o general Higino Carneiro, ao anunciar a sua candidatura à presidência do MPLA no próximo congresso, ia enfrentar muitos problemas. Querem condenar o homem para não concorrer à presidência do MPLA, é pena”, lamentou.
O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, diz que o que a PGR está a cumprir uma orientação política, para inviabilizar a candidatura do general Higino Carneiro.
“É uma vergonha o que se passa na justiça angolana. O combate à corrupção é selectivo em Angola, porque só toca em algumas pessoas”, referiu, salientando que as múltiplas candidaturas “aquecem a cabeça” de muitos dirigentes do MPLA.
“Mesmo uma criança percebe o que está a acontecer com Higino Carneiro, que tem muita aceitação no seio do MPLA”, disse.
Refira-se que Higino Carneiro foi constituído arguido pela PGR, indiciado da prática dos crimes de peculato e burla qualificada. NJ