CAMPEÃO DO MUNDO DE NATAÇÃO CRÍTICA A ORGANIZAÇÃO DOS JOGOS

Depois de não conseguir chegar às meias-finais dos 100 metros mariposa e fechar a sua estreia olímpica, Diogo Ribeiro, o jovem nadador português, diz que “custa aceitar” o facto de não estar “na melhor forma”, sendo, agora, momento de “tentar descobrir” o que não correu bem na preparação.
O atleta diz que “tinha mais para dar”, tecendo críticas à piscina, aos horários ou às condições da aldeia olímpica. Em Los Angeles 2028 vai, “talvez”, optar por “ficar num hotel”.
Diogo Ribeiro não sabe explicar bem o que aconteceu. Sabe, sim que não correu bem, sobretudo nos 100 metros mariposa, em que tinha mais ambições. “Venho como campeão mundial e nem à meia-final passei…”, lamenta, na zona mista da La Défense Arena.
Terminada a sua série, concluída com o tempo de 51.90 segundos, mais lento do que o seu recorde nacional de 51.17, o jovem aguardou um pouco. Foi o sexto no seu heat, faltavam ainda nadar mais 16 competidores. Contas feitas, Ribeiro não conseguiu estar entre os 16 que passaram às meias-finais, concluindo com o 20.º melhor registo.
Pela cabeça do ainda adolescente, passa “um misto de coisas”. O discurso, noutras ocasiões escorreito, tem mais curvas e contracurvas, provavelmente expressando as dúvidas interiores de alguém à procura de resposta.
“Estou contente, e ao mesmo tempo não estou. Contente pela experiência e porque são os Jogos Olímpicos, mas ambicionava fazer mais”, confessa.
Depois da saída de cena na primeira eliminatória dos 100 metros livres e de chegar às meias-finais dos 50 metros livres, era nos 100 mariposa, a sua especialidade, em que depositava mais esperanças em Paris. Tinha o 15.º melhor registo à entrada para os Jogos, mas ficou abaixo dos 51.62 segundos que marcaram os últimos nadadores que já asseguram o bilhete para as meias-finais.
uno pico de forma”, diz um Diogo que “não estava à espera” de não se encontrar nas melhores condições. “Custa aceitar, são os Jogos Olímpicos e não estou na minha melhor forma.”
Ribeiro procura respostas. Se calhar, teoriza, as “férias depois do Mundial interferiram um pouco”. Após os campeonatos de Doha, quando ganhou dois ouros em Fevereiro, apanhou uma bactéria, a qual condicionou os dois meses seguintes de treino.
“Correu mal agora, mas tinha de acontecer para percebermos que, se calhar, tínhamos de mudar algo no processo de treino. Não sei o quê, vamos tentar descobrir e, já no próximo ano, tentar mais medalhas”, assegura Diogo.