CONDECORADOS APELAM À VALORIZAÇÃO DA JUVENTUDE E DA CULTURA NACIONAL

Varias personalidades condecoradas na Classe Paz e Desenvolvimento, durante o segundo dia da 5.ª cerimónia de distinção alusiva aos 50 anos da Independência Nacional, exaltaram, ontem, o reconhecimento do Executivo e apelaram à valorização da juventude e da cultura nacional.

O crítico cultural e jornalista Jomo Fortunato, distinguido pela sua dedicação à valorização da música e da identidade nacional, afirmou que a homenagem deve ser encarada como um estímulo colectivo.

“Quando a valorização é feita pelo Estado, aqui representado pelo Presidente da República, ficamos com mais ânimo de trabalhar em prol do país. Aliás, este povo angolano, que é herói, já está automaticamente condecorado”, disse. Para o antigo ministro da Cultura e Ambiente, os jovens devem assumir a responsabilidade de construir o futuro com base numa formação sólida.

“Temos de fazer um maior investimento na Educação, porque sem a Educação o emprego fica distante. Os jovens precisam de estudar, esforçar-se e atacar as insuficiências do nosso país com seriedade”, acrescentou.

Por sua vez, o jornalista e apresentador Jorge Antunes, igualmente distinguido, recordou a sua trajectória iniciada aos 27 anos na rádio Luanda Antena Comercial (LAC), marcada pela formação de jovens talentos.

“Sinto que somos um exemplo para a juventude angolana. Nada cai do céu, é tudo com trabalho. As oportunidades podem parecer pequenas, mas é nelas que se começa. Hoje, estou aqui com uma medalha de 50 anos de Independência, e sinto que, também, a minha mãe, já distinguida antes, está feliz por mim”, declarou.

União e preservação da identidade cultural do país

No plano religioso, o cantor gospel Guy Destino destacou que a condecoração deve ser interpretada como um compromisso redobrado com o país.

“É uma alegria, mas também uma grande responsabilidade. Queremos continuar a preservar a paz e a promover a esperança, lembrando sempre que sem Deus nada podemos fazer”, afirmou.

O artista frisou, ainda, a importância de unir denominações religiosas e congregar vozes em prol da unidade nacional.

“No Céu seremos um coral celestial, mas é aqui na Terra que devemos começar a viver em união, ensinando, cantando e adorando juntos”, acrescentou.

Já o rei do Bailundo, Isaac Francisco Lucas “TchongololaTchongonga”, ressaltou que a homenagem representa, também, todas as autoridades tradicionais do país.

“Estamos a trabalhar no resgate, preservação, valorização e divulgação da nossa identidade cultural. Esta condecoração é para todas as autoridades tradicionais, que são parceiras do Estado na defesa de valores e na aproximação às populações”, declarou.

O líder do Reino do Bailundo assegurou, também, que a cooperação com o Executivo deve continuar a ser reforçada para responder às necessidades das comunidades mais distantes.

Desportistas homenageados

O antigo treinador do Clube 1.º de Agosto Ivo Traça, também distinguido no segundo dia da cerimónia, defendeu a contínua formação de jovens talentos do país.

Em declarações ao Jornal de Angola, o antigo jogador afirmou sentir-se orgulhoso pelo reconhecimento do seu contributo ao desporto nacional.

“É um orgulho ser reconhecido pelo contributo dado ao desporto nacional. Esta distinção não é apenas minha, mas de todos os que me acompanharam nesta caminhada, dos atletas, colegas e adeptos que acreditaram no nosso trabalho”, afirmou, defendendo a aposta contínua na formação de jovens talentos.

O antigo basquetebolista Honorato Trosso destacou, também, o simbolismo da homenagem, que considerou reflectir a força do basquetebol angolano. “Este momento é a prova de que o esforço, a dedicação e os sacrifícios feitos em prol do desporto valeram a pena. É uma homenagem que estendo a todos os companheiros de equipa, treinadores e à família do basquetebol angolano”, avançou o desportista, que incentivou os mais jovens a manterem disciplina e compromisso, porque o futuro a eles pertence.