CONFRONTO ABERTO ENTRE ISAÍAS KALUNGA E O MINISTÉRIO DA JUVENTUDE ABALA O CNJ

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Líder juvenil desautoriza decisão do Ministério e afirma que continua no comando. Governo fala em prorrogação ilegítima e ameaça com sanções legais.

O Conselho Nacional da Juventude (CNJ) vive dias de tensão e incerteza após o Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), liderado pelo ministro Rui Falcão, ter retirado oficialmente o reconhecimento de Isaías Kalunga como presidente da organização, através de um ofício datado de 13 de Outubro de 2025.

No documento, dirigido à União Nacional dos Estudantes Angolanos (UNE-Angola), o Ministério declara “o fim do mandato institucional de Isaías Domingos da Cunha Mateus ‘Kalunga’”, cessando “todos e quaisquer poderes de representação” em nome do CNJ. A decisão fundamenta-se em alegadas “condutas tendentes à prorrogação ilegítima do exercício de funções e violação dos princípios estatutários” do órgão juvenil.

O ofício vai mais longe: proíbe Kalunga de falar ou representar o CNJ em qualquer acto, bem como o uso do nome, símbolo ou sigla da instituição, advertindo ainda sobre “consequências legais” em caso de eventual usurpação de funções.

Mas, num gesto desafiante, Isaías Kalunga reagiu publicamente nas redes sociais, afirmando que tudo continua sob controlo.

“O CNJ e a sua Presidência estão e continuarão estáveis, intactas (…). Juntos, até Novembro de 2026”, escreveu o dirigente no Facebook, assegurando que a estrutura “está a cuidar” e permanece legítima.
A resposta foi interpretada como um acto de resistência política e abriu uma nova frente de conflito entre o líder juvenil e o Ministério tutelar. Analistas consideram que a disputa expõe as divisões internas e a fragilidade institucional do CNJ, acusado há anos de ser palco de lutas pelo controlo da juventude e dos recursos do sector.

Enquanto o MINJUD e a UNE-Angola reafirmam o fim do mandato e alertam para “usurpação de representação”, Kalunga insiste em manter-se no comando até 2026, intensificando a crise e deixando em aberto uma pergunta que divide a juventude: quem, afinal, manda no CNJ?

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