EM ANGOLA: ASSASSINATOS EM SÉRIE SÃO PREOCUPANTES

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Luanda viveu na última semana de Abril, momentos de informações aterrorizadoras espalhadas não só por via dos meios de comunicação social, mas sobretudo pelas múltiplas redes sociais que deram conta do assassinato de pelo menos três pessoas, duas das quais mediáticas por várias razões.

Os assassinatos à luz do dia de Carolina da Graça Silva dos Santos Cardoso, funcionária da AGT, mediática por ser neta do malogrado Presidente José Eduardo dos Santos, e do agente do SIC, o conhecidíssimo Betangó, pelas suas actuações, vítima de um alegado atropelamento que suscitou muitas dúvidas, capitalizaram as conversas dos luandenses na despedida do Abril de chuvas mil.

E o desfecho das contas, aconteceu na zona da Nice, na via que dá ao Calemba II, com a execução de um assaltante de motorizada com dois tiros na cabeça.

A acção considerada bárbara por uns e aplaudida por outros, por conta das várias acções de terror com recurso a armas de fogo, protagonizadas por meliantes naquela localidade, aconteceu na presença de uma considerável multidão que tentava fazer justiça por mãos próprias e por dois agentes de ordem pública presentes no local, que dada a rapidez dos homens recém-chegados trajados com coletes escritos SIC, não conseguiram evitar o pior.

“Este era um marginal, armado com pistola”, disseram muitas vozes para o consolo dos presentes que de seguida questionaram: “e a Carolina e o Betangó”.

Se a morte do agente do SIC foi justificada com o adágio popular segundo o qual “quem com ferro mata, também com o ferro morre”, daí a consolação de muitos. Já com a neta de JES, a coisa foi diferente, suscitando várias interrogações sobre a autoria do crime e o mandante.

Revelação de Sakatindi

Um tal Laboratório SAKATINDI usou as redes sociais, apontando o dedo a três agentes do Serviço de Investigação Criminal como tendo assassinado a funcionária da AGT na presença de dois filhos menores e da sobrinha, nas primeiras horas de sexta-feira, 26 de Abril, no bairro do Bita Vacaria, município de Viana.

O referido laboratório refere que no dia 15 de Abril, foram contratados quatro agentes, designadamente Franck Sinatra, do SIC Zango-0, Kid, Chefe de linha do SIC Viana, do Dickson da Silva, SIC Luanda, e Betangó, do SIC Luanda, para matar Carolina Dos San tos Cardoso.

No dia 20 de Abril, relata a mesma fonte nas redes sociais, Betangó terá desistido do plano, por razões que só o próprio poderia esclarecer, e comunicou aos demais elementos que não queria mais fazer parte do acto. Diante desta situação, os demais colegas terão decidido eliminar fisicamente o agente do SIC Betangó, isto no dia 24, pela 01:00 da manhã, no único ponto que não tem câmaras do CISP nas bombas da Pumangol do zango 1, na estrada do Calumbo, supostamente por atropelamento.

De acordo com o aludido laboratório, Betangó, foi torturado até à morte num outro lugar, pelos seus colegas agentes do SIC acima mencionados, e depois de morto, os colegas carregaram-no até às bombas da Pumangol do Zango-1, estrada de Calumbo, num espaço sem câmaras e atropelaram-no já morto.

Os assassinos profissionais levaram até os invólucros das munições que eles dispararam. Quem são os mandantes da execução da neta de JES, é a questão que muitos gostariam de ver respondida.

Voz autorizada

Sobre a matéria publicada nas redes sociais, com realce para o aludido Laboratório SAKATINDI, sobre os assassinatos da neta de JES e do agente do SIC, Betangó, o porta-voz do SIC, Manuel Halawya, contactado por este jornal, afirmou que o portal que veiculou esta notícia não é idonea e como tal, optou-se em não contrapor, tendo acrescentado que Carolina da Graça Silva dos Santos Cardoso tem família, e como tal merece respeito, e o fundamental é que o processo está em curso, evitando desta maneira fazer-se comentários das redes sociais.

“Estamos focados na investigação do crime”, garantiu Manuel Halawya, para quem em pleno Estado democrático e de direito e olhando por aquilo que se conta não pode ser verdade e não é possível que um cidadão executa o outro e fica impune, pois não estamos num estado ditatorial. Realçou que ninguém é impune ou está em cima da lei.

Questiona como é que as pessoas vão dizer que alguém mata uma pessoa e fica impune. Isto até não é para comentar, mas sim para tomar medidas.

Sobre o presumível agente do SIC que no passado dia 26 de Abril, às 9h e 15m, ‘abateu’ um jovem que assaltou uma motorizada, na zona da Nice, na via do Calemba II, uma matéria noticiada por este jornal na sua edição 82, o porta-voz diantou que cada um dentro da corporação é responsável dos seus actos, mas não podemos tolerar que alguém fazendo-se passar por agente do SIC, enveredando esta farda, cometa este tipo de acto.

Toda a sociedade deve unir os seus esforço para pôr termos a este tipo de situações, mas não podemos meramente acusar pessoas como sendo adstritas à corporação só para cometerem actos ilícitos. Considerou ser gravíssimo um indivíduo devidamente identificado como agente de autoridade cometer tal barbaridade. Assim, insistiu, deve ser criminalmente punido.

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