EX-FUNCIONÁRIO DA TPA DENUNCIA PCA FRANCISCO MENDES POR CORRUPÇÃO E DEMISSÃO ILEGAL

O ex-realizador e produtor da Televisão Pública de Angola (TPA), Manuel Narciso Tonton, publicou um vídeo nas redes sociais onde faz duras acusações contra o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da TPA, Francisco Mendes, exigindo o pagamento da sua indemnização após um despedimento que classifica como ilegal e injusto.
Tonton, que se identifica como Doutor, Professor, Mestre e “Cientista de Televisão”, afirmou que o propósito do seu vídeo é “calar a boca de algumas pessoas” e continuar a expor os “erros e crimes” da administração da TPA.
Manuel Tonton revelou que foi despedido da TPA no dia 1 de dezembro de 2022, após 13 anos de serviço. Ele alega que a empresa o demitiu ilegalmente e injustamente, e que a indemnização que lhe foi paga foi irrisória, totalizando apenas 748.000 Kwanzas (equivalente a dois subsídios).
O ex-funcionário da TPA baseia a sua reivindicação na Lei Geral do Trabalho (LGT), citando especificamente os artigos 250, 216, 217 e 53. Tonton sublinha que, por lei, a TPA tem a obrigação de o indemnizar pelos seus 13 anos de trabalho.
“Eu não estou a pedir, não estou a chorar para voltar para a TPA. Por lei, a TPA tem que me indemnizar. Eu trabalhei 13 anos na TPA,” afirmou Tonton.
As denúncias de Tonton não se limitaram ao seu caso pessoal. Ele acusou diretamente o PCA Francisco Mendes de ser “corrupto, criminoso e malfeitor”. Entre as alegações mais graves, Tonton mencionou que Mendes teria empregado mais de 1.200 pessoas na TPA sem concurso público.
“O PCA Francisco Mendes deve mostrar que tem tomates e deve respeitar a Constituição da República e o que as leis dizem,” desafiou Tonton.
Ele também criticou a gestão da empresa, sugerindo que a TPA está a ser mal dirigida e perdeu audiência devido à falta de qualidade dos programas. Tonton recordou os vários programas que realizou (Tchilar, Hora Quente, Dia-a-Dia, Treinador de Bancada, Grande Entrevista, Sempre a Subir), que eram transmitidos na TPA 2 e TPA Internacional.
Tonton revelou que a sua insistência em denunciar a situação na TPA levou a tentativas de intimidação, incluindo o envio de mensagens à sua esposa por uma “alta figura da Televisão Pública de Angola”. Ele interpretou estas ações como uma tentativa de o silenciar.
O ex-realizador também mencionou a lentidão do processo judicial que moveu contra a TPA (iniciado a 30 de novembro de 2023), atribuindo o atraso à interferência de “altas figuras políticas”.
Adicionalmente, Tonton abordou o caso de um colega, que terá morrido após ter sido escalado para trabalhar doente, um incidente que Tonton alega ter denunciado às plataformas de comunicação social, recebendo provas de colegas que estavam no local.
Manuel Tonton fez questão de frisar que, ao contrário do que alguns administradores da TPA têm dito nos bastidores, ele não é um “louco” e está a agir com base no conhecimento e na lei. Ele mencionou ter estudado Psicologia (Geral, Pedagógica e do Desenvolvimento) e ser Doutor pela Universidade Ibero-Americana do Brasil.
Ele também revelou que o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINFO) o contactou para obter informações sobre o desvio de equipamentos e a rede criminosa dentro da TPA, informações que ele prontamente forneceu.
Tonton concluiu com uma advertência direta ao PCA Francisco Mendes: “Eu não tenho medo de si, nem de quem está a te proteger. Ou pagas o meu dinheiro ou repões a legalidade.” Ele reiterou que a má gestão e a corrupção de Mendes transformaram a TPA do “primeiro melhor canal de Angola” no “canal mais péssimo de Angola”.