FIM DA GUERRA NO LESTE DA RDC DEPENDE DOS FINANCIADORES DO M23, AFIRMAM ANALISTAS

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O Presidente João Lourenço disse que o conflito entre a República Democrática do Congo e o Rwanda pode conhecer um desfecho, em breve, atendendo aos grandes avanços dos últimos meses nas reuniões do Processo de Luanda, a nível ministerial.

Uma Cimeira ao mais alto nível, segundo o Chefe de Estado, ajudaria a desbloquear o impasse, para evitar o retrocesso do processo e assegurar que não sejam desperdiçados os entendimentos e ganhos já alcançados, nomeadamente no que concerne à neutralização das FDLR e à retirada do contingente militar rwandês do território da RDC.

João Lourenço,  também falou  sobre Moçambique, que enfrenta um conflito armado em Cabo Delgado, que ainda não foi estabilizado em definitivo, mas que já vê a braços com um novo desafio à democracia, tratando-se, desta vez, do surgimento de uma crise pós-eleitoral, tendo ceifado, em dois meses, a vida a mais de duas centenas de pessoas.

E o especialista em relações internacionais,  Horácio Nsimba,  classifica as declarações do Presidente João Lourenço como oportunas,  pelo facto de decorrer no espaço onde se faziam presentes,  vários Chefes de Estado.

Horácio Nsimba diz por outro lado,  que a ausência do Presidente do rwanda,  Paul Kagame,  nos roteiros de Luanda, revela  falta de vontade para se encontrar uma solução deste conflito.

O especialista entende existir vontades inconfessas do Chefe de Estado do Rwanda, afirmando que há uma tendência que aponta claramente para a intenção de Paul Kagame,  pretender estender o seu território.

O especialista em relações considera que o fim do conflito não depende apenas das decisões da mediação,  nem tão pouco da União Africana, apelando a intervenção de outros actores internacionais.

E por outro lado, o também especialista em relações internacionais Adão Baião,  acredita que o conflito na RDC, não depende só de Nairobi, Luanda ou Kampala, mas sim da vontade dos países que encorajam Rwanda, naquilo a que considerou como aventura de armar os insurgentes do M23.

Por seu turno, o académico luso, Rui Verde, encara que há uma tentativa do M23,  de criar um novo estado protectorado de Ruanda, que permita o acesso das matérias-primas, que o Ruanda já reexporta, para o ocidente, ligadas a transição energética, dos veículos eléctricos aos telemóveis.

Rui Verde, sustenta a sua afirmação, que o M23 já não se comporta como um grupo de guerrilha de bater e fugir, mas, é um grupo que ocupa territórios e cria instituições estatais, como ministério de mineração e sistema fiscal.

Para o também jurista, a solução passa em o governo da RDC repostar, no campo militar, ou encontrar acordo económico com o Ruanda.

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