FUNCIONÁRIOS DA TV GIRASSOL DENUNCIAM MÁ GESTÃO E AMBIENTE LABORAL HOSTIL

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Funcionários da TV Girassol, canal televisivo angolano detido pelo partido no poder, MPLA, denunciaram alegadas práticas de má gestão, assédio moral e degradação das condições laborais sob a actual administração da estação.

As denúncias, remetidas de forma anónima à nossa redacção, descrevem um ambiente marcado por sobrecarga de trabalho, atrasos salariais e alegada perseguição a funcionários, sobretudo os que anteriormente estiveram ligados à TV Zimbo. “A administradora grita com os trabalhadores, interfere em áreas técnicas sem conhecimento, e promove um clima de tensão e medo”, afirma um dos colaboradores.

Os trabalhadores alegam que a administradora, anteriormente ligada à TV Zimbo, teria regressado à Girassol após um breve afastamento, mas agora acumulando funções técnicas e administrativas. “Ela trata mal os colegas, promove quem a bajula, e pune quem questiona ordens consideradas abusivas”, referem.

As condições de trabalho também foram alvo de críticas. Funcionários relatam jornadas prolongadas sem remuneração de horas extras, insuficiência de pessoal e falta de recursos mínimos para a produção de conteúdos. “Dão apenas 3 mil kwanzas para abastecer viaturas de reportagem. Muitas vezes, temos de recorrer a colegas para terminar uma missão de trabalho”, lamentam.

Casos de assédio moral também são mencionados, incluindo a alegada humilhação pública de uma produtora durante uma emissão em directo. Os trabalhadores afirmam ainda que já se queixaram junto da Presidente do Conselho de Administração da estação, mas até agora não obtiveram resposta.

Desde o início do ano, pelo menos 13 profissionais terão abandonado a TV Girassol, incluindo cinco apenas no mês de Maio. Entre os que deixaram recentemente a estação, está a apresentadora Lu Matamba. O número de demissões é visto pelos trabalhadores como um reflexo do ambiente tóxico que, segundo dizem, se instalou na empresa.

Face a este cenário, os funcionários apelam à intervenção urgente do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), solicitando uma fiscalização às condições de trabalho e ao cumprimento da legislação laboral.

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