FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS EM BENGUELA FORÇADOS A MARCAREM PRESENÇA NA RECEPÇÃO DO PRESIDENTE NAQUELA PROVÍNCIA

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Benguela volta a ser palco de uma movimentação política significativa com a chegada do Presidente da República, João Lourenço, agendada para esta sexta-feira, 8. A visita, que tem como propósito proceder à abertura oficial da Feira dos Municípios, decorre num ambiente marcado por forte aparato de segurança e denúncias de mobilização forçada de funcionários públicos.

Em diversos pontos da urbe, a presença de agentes e viaturas de escolta cria o clima habitual de contenção e vigilância extrema, já característico nas deslocações do Chefe de Estado fora de Luanda.

Entretanto, longe das formalidades protocolares e dos discursos oficiais, repete-se um padrão amplamente criticado pela sociedade civil: a convocatória compulsiva de funcionários públicos, em particular professores, para compor a plateia de recepção ao Presidente.

No município do Dombe Grande, por exemplo, conforme a Rádio Despertar noticiou, foi distribuído um comunicado interno em todas as escolas, exigindo a presença obrigatória dos profissionais do sector da Educação no acto oficial.

A referida nota, segundo as fontes, vai mais longe ao ordenar que as direcções escolares procedam ao registo dos presentes, com posterior envio das listas à Direcção Municipal da Educação, numa aparente tentativa de controlo e responsabilização dos ausentes.

Como refere a Despertar, apesar de não ser uma novidade, a prática tem gerado críticas constantes por parte de analistas e activistas que denunciam o uso abusivo da máquina administrativa do Estado para fins de propaganda política.

Enquanto a Feira dos Municípios procura celebrar as potencialidades das administrações locais, cresce a percepção de que o verdadeiro retrato da governação se encontra nas entrelinhas da imposição e no silenciamento da vontade popular.

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