ISAÍAS KALUNGA USA LOBIS PARA PERMANECER NO CNJ ATÉ 2027

Em um cenário político conturbado, Isaías Kalunga busca se manter à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) até 2027, não por meio de reeleição ou indicação de um sucessor, mas através de uma decisão coletiva das associações. No entanto, um plano controverso foi revelado, levantando questões sobre a legitimidade de suas ações.
A atual direção de Kalunga, que se aproxima do fim de seu mandato, conta com o apoio da Presidente da Mesa da Assembleia, Jacqueline Saturnino, e de algumas associações. Em novembro, pretendem realizar um Congresso de Requalificação de Pautas (CRP) para incorporar novas associações, como a Anje Angola, numa tentativa de aparentar democracia. Ao mesmo tempo, planejam remover associações que não estão alinhadas com sua visão.
Com a realização do CRP em mente, Kalunga tem como objetivo convocar as eleições apenas em novembro de 2026. A estratégia inclui a alegação de que falta condições para a realização das eleições devido ao ano eleitoral que se aproxima, com um pedido para suspender assembleias por dois anos. Para isso, Kalunga conta com o apoio de líderes associativos influentes, como Mário Fernandes (Une Angola), Vilma Tchissola (Igreja Católica), Jaime Vunge (Juventude do PRS) e Carlos Cassoma (Juventude do FNLA). Em troca, promessas de benefícios, como casas em centralidades, dinheiro e vagas para familiares na comissão eleitoral, foram feitas.
Entretanto, sem o respaldo do líder máximo da JMPLA, Justino Capapinha, e da Casa Militar, Kalunga encontrou apoio inesperado em líderes da oposição e na Mesa da Assembleia. Enquanto isso, a juventude se questiona sobre o silêncio alarmante do Ministério da Juventude. Rumores indicam que há “mãos invisíveis” dentro do órgão que estariam influenciando o Ministro Rui Falcão.
O futuro político de Kalunga e suas manobras em torno do CNJ estão longe de ser claros, mas a reação das associações e da juventude pode determinar os próximos passos desse embate.
Júlio Marino