O ESTADO DA JUSTIÇA: DETIDO E ESQUECIDO: RAPAZ DE 20 ANOS PERMANECE HÁ MESES NA CADEIA DE CABOXA SEM ACUSAÇÃO FORMAL
Manuel dos Santos Barbosa, jovem de 20 anos, encontra-se detido há mais de quatro meses na Cadeia de Caboxa, província do Bengo, sem qualquer acusação formal.
O clamor é de Maria Elsa Barbosa, de 41 anos, mãe de oito filhos e moradora do bairro Estalagem, em Viana, que denuncia a situação do seu filho, alegando que este foi preso injustamente e permanece privado de liberdade sem avanços no processo.
De acordo com a mãe, Manuel é estudante e foi detido no dia 29 de Julho de 2025, no Panguila, onde reside, durante os tumultos associados à paralisação dos taxistas que afectou mais de oito províncias. “Ele foi preso inocentemente. Estava na rua, no local errado e no momento errado”, lamentou.
Nascido a 30 de Abril de 2005, Manuel, segundo a família, não participou em quaisquer actos de desordem pública naquele dia. Para Maria Elsa, a ausência de informação por parte das autoridades torna a situação mais angustiante:
“O advogado não diz nada, o juiz de garantia não diz nada. Vou sempre à Açucareira, ao Caxito, atrás do processo, e nunca me dizem nada. Estou cansada” deu o grito de socorro.
A mãe afirma que o filho está a pagar por um crime que não cometeu, enquanto outros detidos na mesma operação já foram libertados:
“Uma pessoa inocente não pode pagar pelos crimes que não praticou. As pessoas que foram apanhadas com objectos comprometores já não estão na cadeia. Só ele continua preso.” Disse.
Maria Elsa apela às autoridades competentes para que revejam urgentemente o caso de Manuel:
“Ele é inocente. Nunca roubou, nunca matou, tem uma ficha limpa. Peço às autoridades que me ajudem, porque preciso que o meu filho seja solto. Está no seu quarto mês na Cadeia de Caboxa, a ser injustiçado.”
A mãe reforça ainda que, para além da injustiça, a detenção prolongada está a comprometer o futuro académico do jovem:
“Ele é estudante, o ano lectivo já começou. Sacrifico-me muito para pagar os seus estudos. Por favor, ajudem-me a libertar o meu filho.”
Tentamos sem sucesso ouvir as autoridades judiciais angolanas.
O Decreto