JOGADA ESTRUTURADA GARANTE VITÓRIA DA SELECÇÃO NACIONAL

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O golo madrugador não caiu do céu porque nasceu de uma jogada com cabeça, tronco e membro! O tempero bem trabalhado incluiu uma abundância de troca de passes, que confundiu as marcações defensivas, tanto é verdade que Gelson Dala ainda teve tempo de pegar na régua, esquadro e lápis para traçar as linhas do cruzamento para o isolado Mabululu tirar o primeiro e único zero do marcador.

Este tento unigênito, praticamente a abrir o jogo, deixou todo o estádio com água na boca, mas quem pensou na goleada teve de comer cru, como o apressado, porque o 1-0 fez com que as Palancas Negras tirassem conclusões correctas, porquanto os mais convencidos decidiram desligar a ficha para não entrar mais no jogo do jeito como queriam, ou seja, com a correcta atitude competitiva.

Durante o quarto de hora inicial, havia uma única equipa em campo que tinha largura, cumprimento, profundidade e altura ofensiva, que parecia ter a capacidade de voltar a marcar até com o estalar de dedos.

O relvado realmente não estava inclinado, neste período, mas a diferença de qualidade era evidente, a lei do mais forte fazia com que a bola obedecesse aos desígnios de quem mandava em campo.

Sem necessidade de pisar fundo no acelerador, os angolanos deslumbraram-se com a velocidade e a facilidade, por estes motivos, algumas unidades caíram no excesso de confiança.

 A Selecção Nacional em alguns momentos abusou da sua maior qualidade, e perdeu o foco do 2-0 e isto foi o mal que veio para o bem da aliviada e-Swatini, porque percebeu que Angola estava na sua zona de conforto.

Para justificar a alcunha de Escudo do Rei, o adversário preferiu partir para o combate corporal, uma estratégia que surtiu os efeitos desejados, em parte porque alguns dos estreantes da selecção angolana, com realce para Randy, começaram a sentir algum temor de meter o pé em certas jogadas, com medo da virilidade com que os oponentes disputavam os lances.

O cheiro do golo sempre pertenceu a única selecção que de facto criou e desfrutou de chances para marcar, mas decisões precipitadas criaram calafrios nas bancadas, em parte porque o golo da tranquilidade nunca apareceu, mesmo com o grito dos incansáveis adeptos, que desempenharam um papel importante para a vitória.

O combinado angolano nunca aceitou a proposta de trocar o comando do jogo, mas como em alguns momentos deixou de olhar para o adversário, para perceber se o árbitro Hambara Hirrary não sabia que a partida estava a ser realizada em Luanda, aconteceu o inesperado, porque os atletas perderam o foco na ânsia de convencer o árbitro a mostrar cartões amarelos aos jogadores de e-Swatini.

A dualidade de critérios do árbitro fez mossa as Palancas Negras, talvez isto explique por que Randy nos instantes finais não tenha tido cabeça fria para acabar com a incógnita no marcador.

Fragilizado pelo jogo viril do Escudo do Rei, o estreante médio teve o golo para juntar o útil ao agradável à primeira internacionalização, mas não foi capaz de matar o duelo, num lance que aparentava ser fácil demais.

A bem da verdade, o jogo nunca esteve [re]partido, mas o falhanço clamoroso de Randy acabou por favorecer o tamanho reduzido do Escudo do Rei, porque acreditou que poderia marcar com um golo caído do céu.

Sem muita imaginação para minar a confiança defensiva de Angola, e-Swatini tentou apostar sempre em remates espontâneos, para tentar surpreender, mas nenhum deles teve impacto suficiente para forçar Neblu a sujar o equipamento para salvaguardar o justo triunfo merecido!

Pedro Gonçalves (Angola): “Fomos sérios e competentes”

“Queremos sempre mais. Não há qualquer dúvida que a ambição é chegar a outros patamares. Se formos a ver no histórico, por vezes a equipa aparentemente no início é mais cotada, e marca cedo. Mas pode ser um falso alarme de facilidades. Julgo que fomos sérios e competentes. Marcamos cedo, isso destaca as capacidades e algumas particularidades dos nossos jogadores. Fomos sérios e continuamos assim a competir, porém houve um ou outro momento que baixamos a concentração, acho aos 20 minutos. A verdade é que hoje a e-Swatini ganhou muitos duelos, daqueles que decidem”

Dominic Kunene (e-Swatini): “Estamos satisfeitos pela forma como jogamos”

“Não fizemos melhor abordagem no início de jogo, de qualquer das formas nós criamos também oportunidades para marcar. No fundo, estamos satisfeitos pela forma como jogamos. Estou satisfeito com o desempenho da minha equipa, não acho que 1-0 tenha sido pouco. Tenho mais pontos positivos do que negativos. Reitero estar satisfeito com o desempenho dos jogadores. Estamos num processo de desenvolvimento, o futebol é um processo de desenvolvimento, não se faz só numa noite. O grupo tem estado a melhorar, a desenvolver-se e vai continuar a resistir.

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