MUNÍCIPES DO CAZENGA QUEIXAM-SE DA FALTA DE CONDIÇÕES DE TRABALHO NO POSTO DE SAÚDE AUGUSTO NGANGULA

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Utentes que buscam a prestação dos serviços de saúde no Posto de Saúde Augusto Ngangula, município do Cazenga, denunciam a existência de dificuldades tanto no atendimento, como na falta de medicamentos, para além da falta de saneamento.

A unidade estatal é fruto da reabilitação e ampliação do antigo Posto de Saúde do Fundo de Apoio Social (FAS), no quadro do Programa Integrado de Desenvolvimento local e Combate a Pobreza.

Os utentes identificaram que, o atendimento tardio dos pacientes o não funcionamento aos fins de semana e feriados, assim como a falta de recursos hospitalares, são os problemas mais prementes.

“Abrem as portas por volta das 08 horas e, algumas vezes as 10 da manhã, mas os técnicos chegam mais tarde e, por isso, o atendimento faz-se também muito tarde” revelam.

“Estou aqui desde às 07 horas da manhã, coloquei o nome na lista, mas ate a esta altura, 09 horas e 30 minutos, ainda não fui atendida, até os que chegaram antes de mim. Estou com muita febre reclamou Mónica.

Denunciou que os pacientes e seus familiares são obrigados a recorrer as farmácias ou o mercado informal para adquirirem o medicamento prescrito na receita médica porque a farmácia interna está vazia.

“Caso não queira ficar quase o dia todo no posto, assim que é atendida pelo enfermeiro, a pessoa tem que correr para o centro de análises clínicas, privado, aqui próximo na rua do Sétimo dia, e levar o resultado, ao médico. De contrário, poderá ficar quatro Ou mais horas à espera do resultado, disse, acrescentando já ter visto muitas situações que acabaram em desastres. 

“Já testemunhei muitos casos de mortes, devido ao longo período de espera, muitos pioram o quadro de saúde muito antes de serem atendidos e torna-se complicado porque têm que ser transferidos. Até recorrerem ao aluguer de uma viatura, as pessoas não resistem e acabam por morrer pelo caminho” contou.

Lucas, morador da zona do Chendovava, Distrito Urbano do Kicolo, pressupõe que o elevado número de pacientes deve-se ao facto do referido Posto atender a população do Cazenga e do Kicolo.

“A área em que se encontra o Posto de Saúde fazia parte de Cacuaco, tendo mais tarde passado para Cazenga.

Suporta as populações saídas do Kicolo e as do município a que pertencem Cazenga” precisou, observando que nem espaço suficiente tem no recinto, somos obrigados a nos aglomerar uns sentados no chão e outros em pé, porque não há cadeiras suficientes” contou.

“Não há higiene aqui, os resíduos hospitalares ficam expostos, as casas de banho estão sujas; no meio do quintal há um tambor com um produto tóxico para afugentar os mosquitos, no final acabamos por sair daqui infectados com outras doenças” preveniu.

Contactada a administração da referida unidade sanitária, este jornal soube que, a falta de técnicos estará na origem das queixas dos utentes, tendo desmentido a inexistência de fármacos.

“Temos medicamentos suficientes, apenas enfrentamos muitos problemas pela falta de pessoal somos apenas quatro técnicos, dentre estes a de laboratório de análises clínicas e um estagiário voluntário não temos médico, somos obrigados a atender cerca de 90 pessoas diariamente, e o número aumenta ainda mais nas segundas-feiras”, justificou, acrescentando que a prioridade recai sobre as crianças, os mais graves e as mulheres grávidas”, explicou.

Quanto ao saneamento básico, a nossa fonte avançou não haver pessoal contratado para o efeito sendo que os técnicos são obrigados a executar esse trabalho, o que contribui ainda mais para a ineficácia do trabalho.

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