VICE-PRESIDENTE DO MPLA MARA QUIOSA DESTACA LEGADO DE SAM NUJOMA

A vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa, afirmou, quarta-feira, em Luanda, que a morte de Sam Nujoma representa uma perda não apenas para a Namíbia, mas para toda a África, destacando o seu papel fundamental na Luta pela Libertação do continente.
Em declarações à imprensa, logo após a assinatura do livro de condolências pelo falecimento de Sam Nujoma, nas instalações da Embaixada da Namíbia em Angola, Mara Quiosa manifestou a solidariedade do partido ao povo namibiano.
A número dois do MPLA considerou que o passamento físico do Presidente Sam Nujoma não representa uma perda apenas para o povo namibiano, mas também para os povos africanos. Acrescentou que o ex-Presidente namibiano foi uma “figura incontornável da História de África, principalmente enquanto precursor das grandes lutas de libertação”.
Para a política, Sam Nujoma deve ser recordado como um exemplo de luta, determinação e vitória, servindo de inspiração para a construção de uma África mais desenvolvida. “Ele deixa-nos um legado essencialmente de persistência, de continuarmos a sonhar, de correr atrás dos nossos sonhos e de lutar para termos uma África cada vez mais forte”, afirmou.
Mara Quiosa destacou que Sam Nujoma será lembrado não apenas como o “pai da nação namibiana”, mas também como um líder que contribuiu significativamente para a independência de outros países africanos, deixando uma marca indelével na história do continente.
Na ocasião, a vice-presidente do MPLA esteve acompanhada pelo secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do partido, João Martins, pelo presidente do Grupo Parlamentar, Pedro Neto, pela secretária do Bureau Político para Administração e Finanças, Nádia Monteiro, e pela secretária-geral da OMA, Joana Tomás, entre outras figuras ligadas à formação política.
“Uma perda irreparável para África”
Para o deputado do MPLA, Pedro Mutindi, a morte do ex-presidente Sam Nujoma representa “uma profunda tragédia para o povo africano”. Ele afirmou que o fundador da nação namibiana foi um “grande filho de África” e um líder cuja influência se estendeu além das fronteiras do seu país.
“Solicitamos que a providência divina console o povo da Namíbia, a sua família e enxugue as lágrimas neste momento difícil”, sublinhou.
O também académico destacou o contributo do antigo líder namibiano para a independência de Angola, referindo que ele esteve nas mesmas trincheiras que os combatentes angolanos antes de conduzir a libertação da Namíbia.
Reconhecimento como o Pai da Nação namibiana
Por sua vez, o embaixador da Namíbia em Angola, Patrick Nandago, destacou o papel de Sam Nujoma na luta pela Independência da Namíbia e na erradicação do apartheid. “Ele é reconhecido como o Pai da Nação namibiana porque liderou a Luta pela Libertação, fundou o SWAPO e combateu o colonialismo e a opressão”, declarou.
O diplomata recordou o contributo do antigo Presidente namibiano como um dos grandes líderes pan-africanos, tendo trabalhado lado a lado com figuras como Agostinho Neto, Samora Machel, Kenneth Kaunda, Julius Nyerere e Nelson Mandela. Além disso, acrescentou, teve um papel crucial na fundação da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Patrick Nandago reforçou que o legado de Sam Nujoma continuará vivo na Namíbia e em toda a região, realçando que o ex-Presidente sempre defendeu a paz, a boa vizinhança e a livre circulação entre os países africanos.
Sam Nujoma, que faleceu no domingo, aos 95 anos, foi Presidente da República da Namíbia por 15 anos. Em 2005, em reconhecimento à sua dedicação e sacrifício na luta de libertação nacional e na construção da nação, o Parlamento namibiano aprovou uma lei conferindo-lhe o estatuto de Pai Fundador da Nação Namibiana, por meio da Lei 16 de 2005.