OPOSIÇÃO “IRRITA” JOÃO LOURENÇO NA ABERTURA DO ANO LEGISLATIVO –“ACABE COM A DITADURA”

“Acabe com a ditadura”, “Liberte os presos políticos”, “Presidente demita-se”, “Angola quer reformas”, “O povo tem fome”, “O povo quer autarquias”, eram algumas das frases destes cartazes, que não foram mostrados, na abertura do ano legislativo pelo Presidente da República, João Lourenço.
CORREIO DA MANHÃ
Mesmo assim, João Lourenço, congratulou-se com o crescimento económico de 4,3% obtido nos últimos trimestres, apesar de reconhecer que se mantém pressões inflacionistas e sublinhou que as finanças públicas se mantêm “sólidas e resilientes”.
Afirmou que a paz mundial “continua comprometida”, condicionando a economia mundial e angolana que sofre também os impactos de “fatores endógenos”, mas que começa a dar “resultados animadores” refletindo as medidas do executivo.
Deu conta destes efeitos citando o crescimento de 4,3% nos últimos trimestres, que encoraja o governo “a seguir em frente com otimismo” apesar das pressões inflacionistas que, disse, o governo tem tentado contrariar com ações para reduzir o custo de vida, aumentar a produção nacional e diminuir dependência de choques externos.
“Aprendemos com a nossa História que não há vitória sem trabalho”, sublinhou o chefe do executivo angolano, acrescentando que o objetivo é proporcionar oportunidades para que cada angolano consiga concretizar o seu sonho.
João Lourenço disse que as finanças públicas “continuam sólidas e resilientes” e que a divida continua a ser sustentada.
“Temos sido capazes de honrar os nossos compromissos”, reforçou, indicando que as reservas líquidas se situam atualmente em 14,9 mil milhões de dólares com uma taxa de cobertura de sete meses de importações.
O Presidente angolano prossegue o seu discurso debitando números que afirmou demonstrarem “resultados animadores” na saúde, anunciando inaugurações de novos hospitais no próximo mês, bem como na educação onde reconheceu que há também “grandes desafios” devido sobretudo à alta taxa de natalidade que exige maior capacidade para a resolução dos problemas, mas prometendo que vão continuar a ser mobilizados recursos.
Sector social
O Presidente da República revelou que o seu governo tem feito forte investimento no sector social, nomeadamente o da saúde e educação.
Na área sanitária, João Lourenço destacou a construção de mais hospitais que tem melhorado o serviço nacional de saúde.
Já no sector da educação, o Chefe de Estado garantiu mais investimento do Executivo para evitar a sobrelotação de alunos nas salas de aula e prometeu formar mais quadros no sector para melhoria do sistema de ensino.
O Chefe de Estado reforçou a importância de Angola “no mundo de hoje, de desafios transnacionais, de interdependências e de reconfiguração das disputas estratégicas e geopolíticas hegemónicas” estar inserida na “aldeia global”, cooperando e interagindo com os demais Estados na abordagem sobre os desafios globais, para que os interesses angolanos sejam mais bem defendidos.
“Continuamos, por isso, a manter uma intensa actividade diplomática, tanto no plano bilateral quanto no plano multilateral”, disse e continuou: “mantemo-nos do lado da paz e emprestamos a experiência do povo angolano ao serviço da busca de soluções pacíficas para os conflitos existentes em África, particularmente entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, assim como o conflito no Sudão, no âmbito do mandato que nos foi conferido pela União Africana“.
Em relação ao conflito na Ucrânia e o escalar do conflito no Médio Oriente, João Lourenço voltou a reforçar o apelo angolano pela paz:
“A República de Angola reitera a necessidade de se encontrarem os melhores caminhos para o alcance da paz definitiva nestas duas conturbadas regiões do nosso planeta, na base do respeito da Carta das Nações Unidas, dos princípios da não agressão, da inviolabilidade das fronteiras e defesa da soberania dos Estados, assim como da necessidade da desocupação dos territórios palestinos e a criação do Estado Independente e Soberano da Palestina“.
O Presidente da República prosseguiu, destacando que “o mundo não pode aceitar que a morte diária de civis em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano, em números que já são assustadores, comece a ser encarada pelas opiniões públicas mundiais como algo normal, banal e com relação a qual não há nada a se fazer”.