RODA DA UNIÃO DÁ FORÇA AOS PALANCAS NEGRAS

0

As praxes são uma tradição também no desporto. A Selecção Nacional de futebol “Palancas Negras” tem a sua roda e grito: “Angolaaaa: força, força, força!”. Contudo, a roda representa mais do que um simples grito; é um momento de união e um estado de espírito que simboliza a entrega total ao jogo e ao objectivo traçado.

Este ritual mental abrange resumidamente os pilares do jogo, isto é, aspectos estratégicos e tácticos, permitindo uma rápida síntese e recapitulação. A roda acontece antes de sair do balneário para o relvado e também antes de deixar o campo no final.

O jogo segue uma contagem decrescente, e a quinze minutos do início, as equipas devem se posicionar. Os suplentes dirigem-se directamente ao banco, enquanto os titulares se alinham no túnel para a entrada oficial em campo, acompanhados pelo quarteto de arbitragem.

Assim, no mais tardar dos tardares, entre treze e doze minutos antes do início da partida, realiza-se a roda no balneário. Todos os membros da equipa e staff se abraçam, passando os braços sobre os ombros dos colegas ao lado, até que todos estejam unidos. É fundamental que ninguém fique de fora ou participe sem compartilhar o sentimento comum. Estar na roda apenas por obrigação não é aceitável.

O “Mister” inicia o ritual: “Vamos lá, malta…”, revisitando rapidamente os lugares principais do mapa mental, sublinhando a postura necessária para o jogo, fazendo recomendações importantes e alertando sobre o que não deve ser feito. Ele encerra o rápido discurso com uma exortação final ao grupo.

Em seguida, é a vez do “capitão”, que faz uma alocução simbolizando um juramento de união, antes de mais e no fim de tudo; e de foco e força para superar juntos as adversidades, apoiando-se como companheiros e juntos aspirarem vencer.

Por fim, o “tenor”, o homem do vozeirão de chamada, é o técnico-adjunto e ex-internacional Arsénio Cabungula “Love”, quem clama intensamente “Angooola”, ao que o grupo responde em uníssono “Força, Força, Força!”. Esse grito se repetirá após o jogo, antes de deixarem o relvado, com o treinador finalizando com palavras que resumem o balanço da operação, perspectivam o seguimento do curso e devem ser gravadas na mente da equipa.

O “Onze” em campo também costuma formar uma roda antes do início de cada parte do jogo. Esse momento é utilizado para recapitular dicas que reforçam a união e concentração, e que valorizam o trabalho em equipa, pois as vitórias são construídas na solidariedade e na coesão do grupo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *